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Enviado por admin em 27/out/2013

Descoberta e estudo de estrelas duplas por meio de ocultações: um exemplo concreto

Autor(es): Breno Loureiro Giacchini / Rede de Astronomia Observacional, International Occultation Timing Association

Área do Trabalho: Pesquisa Amadora (fotometria, espectrometria, astrometria, observação visual sistemática etc)

Modalidade: Palestra

A observação de ocultações astronômicas constitui uma das melhores técnicas de descobrimento e estudo de sistemas estelares duplos. Chamamos de ocultação ao fenômeno de desaparecimento temporário de um astro devido à passagem de outro, com maior diâmetro aparente, à sua frente. Alguns exemplos são as ocultações de estrelas pela Lua e as de estrelas por asteróides. A ausência de atmosfera na Lua e nos asteróides faz com que a ocultação de uma estrela seja um fenômeno praticamente instantâneo. (Há exceções, como no caso de efeitos de diâmetro angular da estrelas ou de difração, quando o fenômeno se dá gradualmente.) Caso a estrela a ser ocultada seja um sistema duplo, a ocultação ocorrerá em “degraus”: quando a primeira componente for ocultada o brilho do conjunto sofrerá uma queda, e só se extinguirá quando a segunda estrela for ocultada. Assim, ocultações que ocorrem “em degraus” sugerem que a estrela em questão é uma dupla. A observação de um mesmo fenômeno por diversos observadores permite determinar o ângulo de posição e a separação do sistema, com precisão de milissegundos de arco para o primeiro e de alguns graus para o segundo parâmetro. A separação mínima detectável pela técnica de ocultação é 1 milissegundo de arco (Herald et al. 2010). Segundo Herald, entre 2003 e 2008 foram observadas 1009 ocultações de estrelas por asteróides, sendo que em onze delas foi descoberta a duplicidade da estrela em questão.

Nossa apresentação será dividida em duas partes. Na primeira descreveremos brevemente o que são as ocultações astronômicas e mencionaremos a importância de se observar esses fenômenos, dando especial atenção à descoberta e estudo de sistemas binários cerrados. Na segunda parte apresentaremos um exemplo concreto de descoberta de um sistema duplo: durante a ocultação da estrela TYC 6223-00442-1 pelo asteróide (52) Europa em 12/08/2012, registrada em Belo Horizonte, pelo autor deste trabalho (Giacchini et al. 2013). A estrela, da constelação do Ofiúco, tem magnitude visual 11,0 e não consta no Washington Double Star Catalogue como uma dupla.

A ocultação foi registrada em vídeo usando uma câmera Watec 902H Utimate, tendo o sinal horário inserido nos quadros da gravação por um KIWI-OSD. A curva de luz do evento, com um degrau de duração (2,7 ± 0,2)s no desaparecimento e outro de (22,12 ± 0,06)s no reaparecimento, sugere a duplicidade da estrela. A análise das magnitudes relativas das componentes forneceu o valor 11,3 ± 0,1 para a primária, e 12,4 ± 0,1 para a componente secundária. Como o evento foi observado por apenas um observador não foi possível obter uma solução única para o ângulo de posição e a separação do par. As quatro soluções possíveis que apresentaremos foram obtidas usando um modelo de formato do asteróide.


Referências sugeridas:

http://www.rea-brasil.org/ocultacoes/Ocultacoes_Astronomicas.pdf

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